Ir para o conteúdo

Objetivos e Resultados a Atingir

As aldeias de montanha do Alto Minho são ainda aldeias vivas, em que as atividades e modos tradicionais de ocupação do espaço têm persistido, criando territórios de alto valor natural e paisagístico. Este valor resulta de uma articulação sinérgica entre as atividades tradicionais (agro-silvo-pastorícia e fileira florestal) e algumas das atividades emergentes (turismo e serviços de ecossistema remunerados, como no exemplo a adoção de cabras por particulares pelo serviço de controlo de vegetação e prevenção de incêndios). Há já um conjunto de empreendimentos inovadores nas atividades emergentes, envolvendo novos rurais e pessoas de retorno à origem. São ainda iniciativas em pequena escala, dispersas e que não têm revelado ainda capacidade per se para promover um novo modelo territorial de desenvolvimento na montanha. Assiste-se, portanto, ao agravamento progressivo dos fatores de despovoamento e de abandono (envelhecimento acentuado, migração dos mais jovens, saldos naturais negativos e decrescentes). Urge encontrar formas de aceleração da introdução de inovações e de adaptação destes sistemas territoriais às suas novas funções socioeconómicas e perspetivas de futuro. Por outro lado, interessa reconhecer que há um conjunto de atividades assentes nos recursos naturais (mini-hídricas, parques eólicos, exploração de inertes) que competem com a estratégia de valorização de base cultural, ambiental e paisagística da montanha. Sendo a estratégia de sinergia entre atividades tradicionais e atividades emergentes claramente assumida, interessa dar novos saltos qualitativos nas formas de intervenção e aprofundar o conhecimento disponível sobre as dinâmicas de mudança nestes territórios específicos. Interessa assegurar, como concluíram Elvira Pereira e Cibele Queiróz no estudo participativo sobre Sistelo realizado no âmbito do Millenium Ecosystem Assessment para Portugal: “Para que a estratégia seja bem-sucedida é necessário ir ao encontro dos problemas específicos, envolvendo verdadeiramente as populações locais e promovendo a ação concertada das várias organizações locais de desenvolvimento” (Pereira e Queiróz, 2010).

Este projeto responde a este desafio: 
  1. envolvendo atores chave e capacitando-os ao criar ligação ao sistema de I&D, 
  2. propondo a aplicação experimental de metodologias participativas de monitorização e dinamização local, com uma articulação inovadora entre a perspetiva de valorização das fileiras e a promoção do desenvolvimento local integrado num território (Sistelo) e 
  3. criando instrumentos e conhecimentos sobre a Montanha que podem ser aplicados a um conjunto mais vasto de territórios similares do Alto Minho. O objetivo geral do projeto é potenciar o papel dos agentes de desenvolvimento (locais e regionais) na facilitação dos processos de transição dos sistemas de montanha tradicionais, em declínio e com grave risco de despovoamento, para novos sistemas territoriais de montanha, com uma base económica assente na interligação inteligente entre as atividades tradicionais (agro-silvo-pastorícia e floresta) e as atividades emergentes (turismo e serviços de ecossistema remunerados), em benefício de umas condições de vida e de trabalho na montanha compatíveis com as aspirações contemporâneas.

Para tal consideram-se 3 objetivos específicos interligados, enquadrando um conjunto de ações:
  1. OBJETIVO 1 – COOPERAR PARA MELHOR INTERVIR NA MONTANHA DO ALTO MINHO
  2. OBJETIVO 2 – TESTAR METODOLOGIAS PARA MONITORIZAR A MONTANHA DO ALTO MINHO
  3. OBJETIVO 3 – VALORIZAR E DISSEMINAR O CONHECIMENTO, POTENCIAR A INOVAÇÃO NA MONTANHA DO ALTO MINHO
Em síntese, esta candidatura visa potenciar o papel e as funções essenciais dos agentes locais e regionais de desenvolvimento no apoio à transição dos sistemas agro-silvo-pastoris e florestais das aldeias de montanha do Alto Minho para sistemas territoriais de montanha inovadores e com maior capacidade de geração de rendimentos, envolvendo novas atividades emergentes (turismo e serviços de ecossistema) e acrescentando valor às fileiras tradicionais.

Como resultados temos:
  1. Dotar a região de um plano e instrumentos adequados para monitorizar as mudanças nas aldeias de montanha do Alto Minho.
  2. Aumentar o conhecimento dos atores da parceria quanto à medida e à forma em que as novas oportunidades ligadas à valorização da paisagem, da natureza e dos produtos locais de qualidade, proporcionam às famílias e aos indivíduos residentes e/ou gestores dos recursos e património locais, condições de vida e de trabalho compatíveis com as expectativas e os padrões contemporâneos.
  3. Assegurar que, para além dos técnicos e dos atores institucionais, a intervenção nos territórios seja um processo que potencie a capacidade reflexiva dos próprios atores locais sobre o seu presente e o seu futuro. Assim, desenvolvem-se e testam-se metodologias participativas de diagnóstico, monitorização e deteção de necessidades e oportunidades de inovar, que assegurem esse envolvimento e que potenciem a introdução de mudanças incrementais reais nos sistemas locais de montanha.
  4. Capacitar os atores locais para a identificação de estratégias territoriais de desenvolvimento que permitam otimizar o funcionamento das fileiras agrícola e florestal tradicionais, potenciando a sua articulação positiva com o alto valor natural e paisagístico dos sistemas territoriais e com as atividades económicas emergentes do turismo de natureza e remuneração por serviços de ecossistema.
  5. Disponibilizar e tornar acessíveis, para consulta on-line e/ou em formato impresso, um conjunto diversificado de documentos e de informação produzida ao longo das várias ações, nomeadamente: 1 publicação técnico-científica associada ao evento Acontece in Loco (digital), relatórios técnico-científicos - quatro temáticos (digital) e um final (digital e impresso) – em formato uniformizado, comunicações apresentadas no seminário final (digital), notas informativas sobre a operação e para disseminação dos projetos de I&D relevantes para a montanha do Alto Minho (digital), quatro brochuras temáticas para público não técnico (digital e impressa), website e facebook do projeto.